A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou nesta segunda-feira (1º) que foram identificados 18 pontos iniciais dos incêndios no Pantanal, e a Polícia Federal (PF) está investigando quem são os responsáveis.
Segundo Marina, a localização dos focos de incêndio foi possível graças a imagens de satélite fornecidas pelo Ibama e pelo ICMBio para a PF.
Ela afirmou também que 85% dos incêndios estão ocorrendo em propriedades privadas.
“A Polícia Federal está investigando. O que podemos dizer é que a maioria dos incêndios acontece em propriedades privadas”, disse.
“Também estamos afirmando que a história de que os incêndios podem ser causados por raios não é verdadeira. É ação humana”, completou.
As declarações foram feitas a jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília, após uma reunião sobre a crise na Casa Civil.
Os incêndios no Pantanal já devastaram 327 mil hectares entre janeiro e 11 de junho, o equivalente ao dobro da área da cidade de São Paulo.
Os dados são do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ.
Essa área é 54% maior que a afetada no mesmo período de 2020, considerado o pior ano de queimadas no bioma, quando 241,7 mil hectares foram queimados até a data. Naquele ano, porém, a situação piorou no segundo semestre.
Até 14 de junho, o Pantanal já registrou 2.019 focos de incêndio em 2024, segundo a plataforma BD Queimadas, do Inpe. No mesmo período de 2023, foram 133 focos.
Especialistas atribuem a situação atual à seca severa no bioma, intensificada pelo fenômeno El Niño, e à falta de ações preventivas contra o fogo.
O pico de queimadas no Pantanal costuma ocorrer em setembro. Com a situação já grave no primeiro semestre e um fim de ano com alta de incêndios em 2023, a ONG SOS Pantanal enviou uma nota técnica cobrando ações.
O documento foi direcionado aos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ICMBio e Ibama, exigindo um trabalho conjunto mais eficiente e coordenado.