34 mil cestas básicas para yanomamis ficam sem destino

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Com uma redução na presença militar, mais de 34 mil cestas básicas destinadas aos yanomamis ficaram sem distribuição. Ao longo de 2023, o governo Lula (PT) enfrentou dificuldades para atingir a meta mensal de fornecimento de alimentos aos indígenas yanomamis, uma tarefa que dependia significativamente do envolvimento das Forças Armadas. Documentos internos revelam obstáculos desde a elaboração do plano logístico até a desativação da operação, resultando no encalhe das cestas básicas.

A Funai estimou a necessidade de 9.000 cestas por mês, sendo 8.300 entregues via transporte aéreo com apoio da FAB. Relatórios indicam que o governo ficou aquém desse objetivo. A Defesa alegou ter transportado 766 toneladas de alimentos, distribuindo mais de 36,6 mil cestas, realizando atendimentos médicos e detenções, com a participação de aproximadamente 1.400 militares.

Contudo, apenas em março e agosto, a operação conseguiu distribuir mais de 5.000 cestas, enquanto em dezembro, apenas pouco mais de 500 pacotes foram entregues, marcando o pior desempenho do ano. A falta de consistência no esforço das Forças Armadas, especialmente na distribuição aérea, resultou em oscilações e dificultou entregas frequentes, especialmente em áreas vulneráveis à violência e ao garimpo, como Auaris.

Mesmo um ano após o decreto de emergência sanitária, a desnutrição persiste entre os yanomamis, e o garimpo ilegal recupera força em algumas regiões. A desintrusão do território yanomami, iniciada em janeiro de 2023, enfrentou desafios, e a operação teve uma derrocada em dezembro, deixando mais de 34 mil cestas básicas não entregues.

Diante da insatisfação com a atuação militar, o governo federal busca propostas para transferir a responsabilidade da operação para outros órgãos. Relatos indicam que as Forças Armadas precisaram realocar efetivo para outras emergências durante o ano, além de enfrentarem condições meteorológicas adversas e pistas de pouso precárias.

Os documentos revelam que, ao longo do ano, a incapacidade de entrega gerou um passivo de 37,2 mil cestas em novembro de 2023, reduzindo para 34 mil em dezembro. Parte dessas cestas foi enviada para outras regiões, mas mais de 14 mil ainda aguardavam entrega no início do ano seguinte. A Defesa comprometeu-se a continuar a distribuição até que um contrato entre o Governo Federal e a iniciativa privada fosse firmado.

Desde fevereiro, órgãos envolvidos na operação alertavam sobre a necessidade de mais aeronaves para atender à demanda. Em meio a desafios, a Funai destacou a ofensa aos princípios da eficiência e da dignidade humana devido ao acúmulo de alimentos. A falta de recursos e a desmobilização gradual das estruturas de apoio inviabilizaram as atividades planejadas para o final do ano, levando à urgência de um novo aporte financeiro, com receios de que o retorno do garimpo amplie os riscos das entregas.

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