Universidades brasileiras estão apostando em fazendas solares e em redes elétricas próprias para melhorar a sustentabilidade de suas operações. Além de realizar pesquisas sobre energias renováveis, as principais instituições, de acordo com o Ranking Universitário da Folha (RUF), estão adotando medidas para reduzir emissões de carbono e aumentar a eficiência energética.
Entre as estratégias mais comuns estão a entrada no mercado livre de energia, a substituição de equipamentos e a produção própria de energia solar. Desde 2017, a PUC-Rio, segunda melhor entre as instituições particulares no RUF, usa energia renovável em seu campus, evitando a emissão de aproximadamente 450 toneladas de CO2 ao ano.
A Unicamp, classificada como a segunda melhor no ranking geral, é a única universidade pública a utilizar o mercado livre de energia, o que garante uma economia anual de R$ 10 milhões. Neste ano, a universidade passou a exigir que toda a energia contratada seja proveniente de fontes renováveis.
Outro esforço comum entre essas instituições é a modernização dos sistemas de iluminação e refrigeração. No campo da geração própria, a PUC-Rio está instalando fazendas solares em suas unidades, com um total de 600 painéis solares para abastecer o campus e colaborar em projetos de pesquisa sobre energia solar.
Na Unicamp, o professor Luiz Carlos Pereira lidera o programa Campus Sustentável, onde os pesquisadores desenvolvem usinas fotovoltaicas para uso no próprio campus. Hoje, 7% da energia consumida pela universidade vem dessas usinas solares, com a meta de alcançar a autossuficiência energética até 2050.
Como parte dessa estratégia, a Unicamp está desenvolvendo um projeto-piloto de microrredes, capazes de operar de forma autônoma em caso de interrupções no fornecimento. Em situações como apagões, a microrrede pode desconectar-se da rede principal e gerenciar a autogeração e o consumo, garantindo o funcionamento de setores essenciais, como hospitais, aeroportos e sistemas isolados.