No último sábado (15), a renomada artista plástica baiana e museóloga Lygia Sampaio faleceu aos 94 anos, deixando um legado significativo no mundo das artes. O triste evento ocorreu em sua residência, em Salvador, na presença de sua amada família.
Lygia Sampaio foi uma figura excepcional e a única mulher a participar, nas décadas de 40 e 50, do movimento artístico que definiu o experimentalismo estético e o modernismo nas artes visuais da capital baiana. Ela caminhou ao lado de grandes nomes como Mario Cravo, Caribé, Rubem Valentim e Carlos Bastos.
Nascida em Salvador, Lygia Sampaio desafiou os padrões sociais vigentes ao aventurar-se em lugares considerados “impróprios” para uma mulher na época. Aos 20 anos, cursou o Curso Livre de Desenho e frequentou o primeiro ano da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ela expôs suas obras nos Salões Baianos de Belas Artes e no Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Além disso, Lygia trabalhou por três décadas no Arquivo da Prefeitura de Salvador e graduou-se em Museologia pela UFBA em 1975.
Dentre suas realizações notáveis, destaca-se a implementação do Museu de Imprensa na Associação Baiana de Imprensa (ABI). Sua última exposição, intitulada “Lygia Sampaio: 60 Anos de Pena e Pincel”, ocorreu em 2014 no Museu de Arte Sacra de Salvador, exibindo trabalhos em óleo, aquarelas, desenhos à bico de pena e técnica mista, abrangendo um período que compreendia desde 1949 até 2014.