O Governo do Estado da Bahia, em sua recente abordagem para resolver o impasse relacionado ao rompimento do contrato com o Consórcio Skyrail no projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no subúrbio de Salvador, anunciou uma decisão controversa. Sob a liderança do governador Jerônimo Rodrigues, a intenção de lançar uma nova licitação em setembro foi apresentada como uma solução. No entanto, outra opção está sendo explorada, e esta levanta sérias preocupações.
A Casa Civil da Bahia, representada pelo secretário-chefe Afonso Florence, revelou que estão em andamento negociações entre o governo baiano e o governo do Mato Grosso para adquirir os vagões originalmente destinados ao projeto de VLT no estado vizinho. Essas negociações estão sendo conduzidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em colaboração com as instâncias de fiscalização e controle de ambos os estados, bem como com as respectivas Casas Civis. Um grupo de trabalho foi formado pelo TCU com 11 representantes para facilitar esse processo.
O que levanta preocupações aqui é que, em meio a essa situação delicada, parece que a compra dos vagões do Mato Grosso pode estar sendo usada como uma manobra política para contornar as dificuldades e incertezas do projeto original na Bahia. A justificativa de que isso visa “implementar nosso próprio sistema de transporte aqui” soa como uma desculpa conveniente para evitar a responsabilidade de lidar com os problemas do VLT baiano.
Além disso, a situação no Mato Grosso, onde o projeto de VLT nunca se tornou operacional após mais de uma década, levanta questões sobre a viabilidade dessa compra. Como os recursos públicos serão usados para adquirir um sistema de transporte que nunca foi implementado com sucesso em outro estado? E qual será o custo total dessa transação para os contribuintes?
Em vez de procurar soluções que beneficiem a população e otimizem os recursos já investidos, essa abordagem parece mais uma tentativa de evitar prestar contas pelo fracasso do projeto original e de usar os recursos públicos de forma questionável. A transparência e a responsabilidade governamental são fundamentais em situações como essa, e é importante que os interesses da população estejam em primeiro lugar, em vez de serem subjugados por agendas políticas.