Ampliação do Abate de Jumentos na Bahia para Atender o Mercado de Remédios na China

Bahia

O prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro (PT), anunciou recentemente a assinatura de um protocolo de intenções com o objetivo de ampliar o abate de jumentos na região. Essa parceria foi formalizada durante a visita do gestor à companhia alimentícia Deej World, na China. A razão por trás desse acordo é a produção de um remédio chinês que utiliza o couro de jumentos e extrai o ejiao, uma substância de consistência gelatinosa à base de colágeno.

O ejiao é conhecido por suas propriedades medicinais e tem sido usado na medicina tradicional chinesa há séculos. Embora não haja comprovação científica de seus benefícios, o produto ganhou popularidade na China como um remédio tradicional para tratar diversas condições de saúde, incluindo anemias, cólicas, menstruação irregular e impotência sexual, entre outros problemas.

Amargosa é o local que abriga o principal frigorífico de abate de jumentos no Brasil. Em 2022, o abate de jumentos foi suspenso no Brasil por determinação da Justiça Federal, mas a prática continuou na Bahia, principalmente para atender à demanda chinesa. No mesmo ano, o Ministério Público da Bahia ajuizou uma ação civil pública contra a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia (Adab) para reforçar a fiscalização das propriedades envolvidas na criação e no recebimento de jumentos no estado.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, o volume de abates de equídeos no Brasil cresceu em 200% de 2019 a 2021. Esse aumento foi ainda mais expressivo se compararmos os períodos de 2010 a 2014 com 2015 a 2019, registrando um crescimento de 8.000%. Especialistas da Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo (USP) emitiram um alerta em 2021 sobre o risco de extinção da espécie de jumentos devido a essa atividade.

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