A Bolsa brasileira teve uma significativa queda de 1,59% e encerrou o dia com 114.059 pontos nesta quarta-feira (18), seguindo a tendência de índices internacionais devido à escalada das tensões entre o Hamas e Israel. No episódio mais mortal na região desde o início do conflito, um ataque a um hospital em Gaza resultou em 471 vítimas fatais, de acordo com informações do Ministério da Saúde local.
A instabilidade geopolítica no Oriente Médio tem gerado incerteza nos mercados globais e locais. Nesse cenário, os investidores tendem a buscar ativos considerados mais seguros, evitando aqueles de mercados emergentes, o que impactou a Bolsa brasileira. Como explicou Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.
Além disso, a Bolsa foi pressionada pelo aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os “treasuries”, que continuam subindo. Os títulos de dez anos do Tesouro americano subiram de 4,83% para 4,90%. A maior queda do dia foi da Vale, que recuou 3,72% devido a um dia fraco para o minério de ferro no mercado internacional e à divulgação de uma queda na produção de minério de ferro no terceiro trimestre.
Por outro lado, a Petrobras, uma das principais empresas da Bolsa brasileira, teve um aumento de 2,17%, o que ajudou a amenizar as perdas do Ibovespa. Esse desempenho positivo da Petrobras foi impulsionado pelo aumento no preço do petróleo. O barril do Brent, uma referência global para o petróleo, encerrou o dia com um avanço de 1,78%, atingindo US$ 91,50, em decorrência do conflito em curso no Oriente Médio.
As tensões geopolíticas também impulsionaram o dólar, que registrou uma alta, mesmo após a divulgação de dados robustos sobre a economia chinesa. Em momentos de aversão ao risco, o dólar americano tende a se valorizar, uma vez que é considerado um ativo mais seguro. A escalada dos treasuries também contribuiu para o fortalecimento da moeda dos Estados Unidos.