O bloco As Muquiranas, conhecido por sua irreverência no Carnaval de Salvador desde 1965, enfrentou tensões durante a folia de 2023, especialmente relacionadas ao uso da famosa pistola d’água, que causou desconforto ao público.
Durante o desfile, uma situação desagradável ocorreu quando foliões, mesmo após pedidos para pararem, usaram a pistola d’água para molhar uma mulher, sendo necessário a intervenção da Polícia Civil para resolver o incidente.
Diante da repercussão negativa, discussões surgiram sobre o uso da pistola d’água e a importunação de mulheres em festas públicas e privadas. O bloco, em resposta a esses acontecimentos, decidiu tomar medidas para evitar situações semelhantes no futuro.
Em julho do ano passado, o presidente das Muquiranas, Washington Paganelli, revelou uma novidade para 2024: cada fantasia será numerada, criando um cadastro único para identificação, o que facilitará resolver situações problemáticas.
Paganelli explicou que essa medida já era pensada pela diretoria para coibir agressões dentro do bloco. Após o incidente, As Muquiranas emitiram uma nota repudiando a situação e comprometendo-se a realizar campanhas contra diversas questões, incluindo desarmamento, racismo e proteção da mulher.
Em maio do ano passado, a Assembleia Legislativa da Bahia aprovou um projeto de lei que proíbe o uso de pistolas d’água durante festas de rua no estado, sancionado pelo governador em junho. A legislação exige que os blocos adotem medidas para impedir o uso desses artefatos por seus foliões, sob pena de multas e outras penalidades.
O Bahia Notícias conversou com Fernanda Lordêlo, da Secretaria Municipal de Política para Mulheres, Infância e Juventude, que afirmou que As Muquiranas assinou um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público e está seguindo as medidas rigorosamente. A secretária destacou que o bloco disponibilizará todo o banco de dados à Justiça, permitindo um acompanhamento mais eficaz da situação, se necessário.