A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou nesta quinta-feira (18) que o certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é considerado falso. A investigação da CGU teve início após um pedido pela Lei de Acesso à Informação no final de 2022.
De acordo com os registros atuais do Ministério da Saúde, Bolsonaro teria se vacinado em 19 de julho de 2021 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo. No entanto, a CGU verificou que Bolsonaro não estava na capital paulista nessa data, e o lote de vacinação registrado pelo Ministério da Saúde não estava disponível na UBS na data indicada.
Os registros da Força Aérea Brasileira indicam que Bolsonaro voou de São Paulo para Brasília um dia antes da suposta vacinação e não realizou outros voos até pelo menos 22 de julho de 2021. Depoimentos de funcionários da UBS confirmaram que não viram Bolsonaro no local na data informada, e a enfermeira indicada no cartão de vacinação, por meio de documentos, provou não estar mais trabalhando na UBS na data registrada nos documentos do Ministério da Saúde.
A CGU concluiu que a fraude ocorreu no sistema estadual, onde todos os funcionários da UBS compartilhavam o mesmo login e senha do sistema VaciVida, mantido pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. A CGU recomendou o arquivamento do caso, mas enviará os resultados das investigações às autoridades estaduais e municipais de São Paulo.
A Controladoria confirmou a segurança do sistema do Ministério da Saúde e não encontrou indícios de manipulação por parte de servidores públicos federais. Este não é o primeiro cadastro de vacinação atribuído a Bolsonaro; outros dois registros, em Duque de Caxias (RJ), foram cancelados antes da investigação da CGU. O caso resultou na Operação Venire da Polícia Federal, com a prisão do tenente-coronel Mauro Cid. A defesa de Bolsonaro negou envolvimento direto do ex-presidente no caso.