As frequentes operações policiais e a ocorrência de violência em Salvador têm exercido um efeito prejudicial nas comunidades da capital baiana, afetando moradores, comerciantes, estudantes e professores. Segundo dados da Secretaria Municipal da Educação (Smed), desde o início deste ano até a data de terça-feira, 17 de outubro, cerca de 22.168 alunos ficaram sem aulas devido a esses incidentes, sendo o mais recente a Operação Noise, no bairro do Engenho Velho de Brotas.
Na ocasião da Operação Noise, os alunos da Escola Municipal Martagão Gesteira tiveram suas atividades escolares suspensas. Durante o mesmo período, outras 71 escolas precisaram suspender suas atividades por um período que variou de um a quatro dias, dependendo da localização, devido ao clima de insegurança, conforme indicou a Smed.
Rui Oliveira, coordenador da Associação dos Professores Licenciados do Brasil na Bahia (APLB-BA), ressaltou que, além das escolas municipais, as instituições de ensino da rede estadual também foram afetadas. No entanto, as creches do município, por atenderem crianças, enfrentam maiores riscos diante da violência.
O coordenador explicou os planos e ações em andamento para repor os conteúdos didáticos e garantir que o ano letivo dos alunos não seja prejudicado devido à suspensão das aulas. Ele mencionou que os colégios estão comprometidos com a reposição, mas isso depende de cada escola, já que o tempo de suspensão varia. Algumas escolas já iniciaram aulas aos sábados e têm planos de ação para essa reposição, incluindo uma nova metodologia.
Casos anteriores também foram registrados, como em Águas Claras, onde cinco escolas suspenderam as atividades devido a uma operação policial no mês passado, deixando 1.769 estudantes sem aulas. No bairro IAPI, as escolas Cardeal da Silva, Marcos Vilaça, José da Silva Tavares e Epifânia Silva também suspenderam as atividades em agosto, afetando 623 estudantes. Outro exemplo é o bairro de Cosme de Farias, onde três escolas municipais suspenderam as aulas em agosto, impactando 500 alunos.
Valéria foi uma das comunidades mais afetadas, com mais de 2,6 mil alunos sem aulas na região.
Para evitar prejuízos no ano letivo dos estudantes, a Smed esclareceu que o planejamento de reposição é de responsabilidade de cada gestão escolar.