Terroristas ligados ao Estado Islâmico perpetraram um ataque brutal a uma escola no oeste de Uganda, próximo à fronteira com a República Democrática do Congo, resultando na morte de 37 pessoas e no sequestro de outras seis, de acordo com informações divulgadas pelos militares do país neste sábado (17).
Inicialmente, a mídia local relatou um número de mortos de 41, porém as autoridades corrigiram essa cifra para baixo. A polícia informou que outras oito pessoas estão hospitalizadas em estado grave. Os corpos das vítimas foram levados para o necrotério do hospital Bwera, localizado nas proximidades.
O porta-voz de defesa, Felix Kulayigye, usou o Twitter para afirmar que as forças militares estão em perseguição aos agressores, com o objetivo de resgatar os sequestrados e eliminar esse grupo. Os agressores pertencem à facção rebelde Forças Democráticas Aliadas (ADF) e fugiram em direção ao Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo, após incendiarem um dormitório da escola e saquearem alimentos. O Exército solicitou reforços e aviões para auxiliar no resgate dos reféns e na localização dos esconderijos dos rebeldes.
O ataque ocorreu na noite de sexta-feira (16) na Escola Secundária Lhubirira. O general Dick Olum, comandante do Exército na região oeste do país, afirmou que os agressores estavam na cidade desde quarta-feira (14), estudando seu alvo. Segundo relatos do militar, um jovem não identificado chegou a visitar a escola para observar a estrutura da instituição.
“Os rebeldes trancaram a ala masculina e atearam fogo. A ala feminina não estava trancada, permitindo que algumas conseguissem escapar. No entanto, durante a fuga, algumas foram atacadas com facões e outras foram baleadas”, explicou Olum aos repórteres. Ele acrescentou que alguns corpos estão tão carbonizados que exames de DNA serão necessários para a identificação.
A insurgência da ADF contra o presidente Yoweri Museveni teve início na década de 1990, nas Montanhas Rwenzori. Embora tenham sido amplamente derrotados pelas forças armadas de Uganda, remanescentes do grupo fugiram para as densas florestas do leste do Congo, onde continuam suas atividades, realizando ataques contra alvos civis e militares tanto no Congo quanto em Uganda. Em abril, por exemplo, a ADF atacou uma vila no leste da República Democrática do Congo, resultando na morte de pelo menos 20 pessoas.