Desde os tempos de Antônio Carlos Magalhães, a Bahia não via uma possibilidade tão concreta de liderar simultaneamente a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. O cenário político atual abre caminho para que Elmar Nascimento e Otto Alencar possam assumir essas posições estratégicas, caso suas candidaturas prosperem.
A recondução de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao Senado criou uma janela de oportunidade para Davi Alcolumbre (União-AP) tentar um retorno ao comando. Alcolumbre, peça chave na relação entre o Congresso Nacional e o governo de Jair Bolsonaro, sempre deixou claro seu desejo de reassumir a liderança dos senadores, utilizando seu controle sobre emendas e a Comissão de Constituição e Justiça como trunfos.
Por outro lado, Elmar Nascimento (União-BA) emerge como o favorito de Arthur Lira (PP-BA) para sucedê-lo na Câmara. Elmar, que foi um dos principais articuladores da ascensão de Lira, se consolidou como um jogador forte na negociação pela autonomia da Câmara em relação ao governo federal. Sua candidatura representa não apenas uma disputa de poder, mas também o controle sobre diversas esferas da vida pública brasileira.
No entanto, a possível liderança dupla do União Brasil na Câmara e no Senado não agrada a todos. Antônio Brito (PSD-BA) surge como um candidato alternativo, argumentando que não seria estratégico permitir que um partido, cuja lealdade ao governo é incerta, controle ambas as casas legislativas.
A ascensão de Elmar Nascimento na Câmara e Otto Alencar no Senado depende não só do apoio de seus correligionários, mas também de uma série de manobras políticas que envolvem tanto sucesso pessoal quanto o “fracasso” de aliados. Este complexo cenário político coloca a Bahia no centro das atenções, com a possibilidade de redefinir o equilíbrio de poder em Brasília.