Desmatamento na Bahia: três cidades lideram ranking nacional

Destaque

A Bahia se destaca como o segundo estado brasileiro que mais desmata a Mata Atlântica, de acordo com a nova edição do Atlas da Mata Atlântica, divulgado nesta semana. O estudo revelou que o estado baiano desmatou impressionantes 5.719 hectares, ficando atrás apenas de Minas Gerais, que lidera o ranking com 7.456 hectares desmatados. Além disso, chama a atenção o fato de que as três cidades que mais desmatam no país estão localizadas na Bahia.

De acordo com os dados apresentados, as cidades baianas de Wanderlei, Cotegipe e Baianópolis ocupam as primeiras posições na lista das mais destruidoras da Mata Atlântica. Wanderlei lidera a triste estatística com 1.254 hectares desmatados, seguida por Cotegipe com 907 hectares e Baianópolis com 848 hectares. O ranking continua com os municípios de São João do Paraíso (MG) com 544 hectares, Araçuaí (MG) com 470 hectares, Porto Murtinho (MS) com 424 hectares, Francisco Sá (MG) com 402 hectares, Capitão Enéas (MG) com 302 hectares e Gameleiras (MG) com 296 hectares.

O Atlas da Mata Atlântica revela ainda que, entre outubro de 2021 e outubro de 2022, mais de 20.075 hectares foram derrubados, o que equivale a cerca de mil campos de futebol. Surpreendentemente, 91% dessa área desmatada está concentrada nos estados de Minas Gerais, Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Embora alguns estados tenham apresentado redução no desmatamento, como Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo, outros registraram um aumento preocupante. Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe tiveram um aumento significativo na destruição da Mata Atlântica.

Os impactos ambientais são alarmantes. Durante o período analisado, foram lançadas na atmosfera cerca de 9,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente como resultado do desmatamento. Embora esse número represente uma redução de 7% em relação ao ano anterior, ainda é o segundo maior dos últimos seis anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado em 2017-2018, quando foram desmatados 11.399 hectares.

Os dados revelam ainda que apenas 0,9% das perdas ocorreram em áreas protegidas, enquanto 73% ocorreram em terras privadas. Isso indica que as florestas estão sendo destruídas para dar lugar a pastagens e cultivos agrícolas. A especulação imobiliária nas proximidades das grandes cidades e no litoral brasileiro também é apontada como uma das principais causas desse cenário alarmante.

Foto: TV BAHIA

O Atlas da Mata Atlântica é um estudo desenvolvido desde 1989 pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e apoio técnico da Arcplan. A nova edição, lançada na semana do Dia Nacional da Mata Atlântica, 27 de maio, contou com o patrocínio do Bradesco e da Fundação Hempel. A pesquisa busca fornecer informações detalhadas sobre o desmatamento da Mata Atlântica, a fim de conscientizar a população e promover ações efetivas para a preservação desse importante bioma.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *