O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) fez duras críticas à decisão do PT de Salvador de lançar uma candidatura própria para a prefeitura da cidade. Em uma entrevista ao Política Livre, ele afirmou que a ação do PT “contamina” as negociações com os partidos da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Para Geddel, este não é o momento de divisões, mas sim de união em prol das discussões para definir uma candidatura única entre os partidos aliados ao governo estadual, a fim de garantir também o poder executivo municipal para o grupo político da base.
“O MDB tem um nome sugerido para concorrer à Prefeitura de Salvador, oferecido como alternativa ao governador e aos demais partidos que integram o conselho político, que é o do vice-governador Geraldo Júnior. No entanto, não aprovamos nenhuma medida determinando que o MDB terá candidato próprio, pois nossa articulação é pela união da base”, explicou o ex-ministro.
Geddel argumenta que a atitude do PT de Salvador prejudica a disputa municipal. Ele ressalta que é legítimo que todos os partidos apresentem nomes para discussão, mas sem imposições, algo que eles não farão. Ele também observa que o PT já conquistou muito individualmente, sendo detentor do governo federal e estadual.
“Ao tomar essa decisão partidária, o PT parece querer tudo, parece uma garganta profunda. É hora de estreitar esse debate em busca de um consenso, o que acaba sendo prejudicado por atitudes como essa. No interior do estado, as articulações estão em ritmo acelerado, e também precisamos discutir critérios nas bases dos outros municípios”, acrescentou o político.
Geddel ainda ressaltou que o MDB tem trabalhado para fortalecer o partido e a base do governador, atraindo lideranças que apoiaram a oposição nas eleições de 2022. Ele menciona a filiação do prefeito de Terra Nova, Éder de Nilda, que estava no Cidadania e apoiou a candidatura de ACM Neto ao Palácio de Ondina em 2022.