Promover a integração territorial e a dinamização econômica de regiões com vocação para o turismo de pesca, conectando localidades em diferentes biomas por meio de roteiros temáticos e estruturados. Esse foi o objetivo da assinatura do protocolo de intenções entre os Ministérios da Pesca (MPA), da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e do Turismo, nesta terça-feira (3), durante o lançamento do Plano Nacional para o Desenvolvimento Sustentável da Pesca Amadora e Esportiva.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, enfatizou a importância da articulação federativa e da valorização das potencialidades locais: “O Brasil é um país de águas abundantes e talentos diversos. Com a Rota da Pesca, vamos transformar essa riqueza em oportunidade para milhares de brasileiros que vivem da pesca e do turismo”, destacou o ministro do MIDR.
“Estamos dando o devido valor a essa política pública liderada pelo ministro André de Paula, que respeita as vocações regionais, reconhece as potencialidades e enfrenta os desafios com responsabilidade. No último ano, o Ministério da Pesca concedeu mais de 323 mil licenças e realizou mais de 117 competições. Isso mostra o enorme potencial desse setor, em sustentabilidade, geração de renda, oportunidades para os pescadores, empreendedores e para as comunidades locais, que vivem e constroem sua história em torno da pesca”, completou Waldez Góes.
Na última sexta-feira (30), o MIDR apresentou o Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura do Amapá durante o 2º Workshop de Pesca Esportiva e Amadora no Amapá – Desenvolvimento Responsável e Sustentável. A iniciativa faz parte do programa Rotas de Integração Nacional, do próprio ministério. Presente no evento, o secretário de Pesca do Amapá, Paulo Nogueira, destacou a importância da atenção dada a uma atividade tão relevante para o estado. “Quero agradecer pelo diagnóstico, que foi um trabalho belíssimo entregue pelo MIDR e pela sua gestão do ministro Waldez. Fico muito feliz por termos agora um norte a seguir. Esse diagnóstico foi extremamente importante, e sei que ainda vem muita coisa boa pela frente”, celebrou Nogueira.
A pesca mudando vidas
Homenageada pelo Prêmio Mulheres das Águas, criado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, Jaqueline Aparecida dos Santos, 40 anos, é natural do distrito de Águas Miranda, em Bonito, Mato Grosso do Sul. Ela conta que a pesca está na vida dela desde quando nasceu. “Sou filha e neta de pescadores profissionais, meu pai é o representante da federação de pesca artesanal do Mato Grosso do Sul, então a pesca veio de berço. Comecei a pescar indo com meu pai, até mesmo para sobrevivência, quando pescavam para poder sustentar a nossa casa”, lembra Jaqueline. “Com o passar do tempo, comecei a participar da pesca não para o meu sustento, mas, sim, como lazer, diversão e um esporte”, destacou.
Sobre o protocolo de intenções assinado pelos ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional; da Pesca e Aquicultura; e do Turismo, Jaqueline não escondeu a felicidade. “É algo inédito feito pelo Governo Federal e estamos honrados de fazer parte desse segmento, estamos nos sentindo abraçados. Ações como essa trazem oportunidades para as pessoas, como geração de emprego e renda, pessoas descobrindo novos lugares para praticar e sendo valorizadas”, enaltece Jaqueline.
A representante da Pesca Esportiva no evento disse que já vê mudanças em sua comunidade, com esse processo de inclusão das mulheres na prática do esporte. “Comunidades, muitas vezes esquecidas, como a minha por exemplo, que era vista, até então, apenas como um local de prostituição, hoje com a Pesca Esportiva, começou a melhorar, a comunidade tem dignidade. E isso tudo sem esquecer de preservar o ecossistema”, completou Jaqueline.
Plano Nacional para o Desenvolvimento Sustentável da Pesca Amadora e Esportiva
O plano é resultado de um amplo processo participativo iniciado em 2023, com a realização de 16 oficinas regionais envolvendo pescadores, organizações sociais, especialistas e gestores públicos. Com apoio técnico do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da consultoria especializada Igarapesca, o documento apresenta diretrizes estratégicas para fortalecer o segmento com base na sustentabilidade, na inclusão e no respeito às especificidades regionais.
“A pesca amadora e esportiva tem grande potencial como vetor de desenvolvimento regional e turismo sustentável. Este plano é um verdadeiro mapa de navegação, construído com escuta, ciência e compromisso com o futuro”, destacou o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, durante a entrega oficial da versão impressa do plano.
Mais entregas
A cerimônia também foi marcada por importantes entregas ao setor:
- Lançamento do livro “Pesca Amadora no Brasil”, uma produção do MPA em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que reúne estudos, políticas públicas e desafios para a gestão da atividade;
- Anúncio da websérie de capacitação de guias de pesca e demais profissionais ligados ao turismo de pesca esportiva, com foco regionalizado;
- Apresentação do Painel da Pesca Amadora e Esportiva, plataforma digital inédita que organiza dados, licenças, eventos e indicadores do setor, garantindo mais transparência e eficiência na gestão pública;
- Criação do Comitê da Pesca Amadora e Esportiva no âmbito do Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (CONAPE), fortalecendo a governança participativa do segmento;
- Apresentação do Projeto Peixara, executado em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com foco em monitoramento e conservação de espécies icônicas como piraíba e tucunaré.