Após a primeira metade do seu primeiro ano de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda mantém cerca de 29 cargos de segundo e terceiro escalão vagos na Esplanada dos Ministérios. Essas posições incluem diretorias, departamentos e entidades vinculadas, como empresas públicas e autarquias. Normalmente, esses cargos são ocupados por políticos ou indicados por partidos aliados ao governo.
Os números se ampliam quando consideramos as representações nos estados, embora esse detalhamento não esteja disponível no levantamento utilizado pelo Metrópoles, produzido pela consultoria Ética Inteligência Política.
Um dos ministérios alvo do Centrão, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, possui atualmente quatro departamentos aguardando preenchimento. O titular da pasta, o petista Wellington Dias, está sendo alvo de especulações nos bastidores sobre sua substituição, apesar de sua proximidade com o presidente.
No Ministério da Saúde, a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) desperta grande interesse. A medida provisória que extinguia a Funasa (MP 1.156/2023) perdeu validade e, após um período de incerteza, espera-se que o órgão seja reestruturado nos próximos dias.
Apesar das críticas direcionadas à socióloga e ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, que está no comando da Saúde, Lula afirmou que não irá removê-la do cargo. Para o presidente, é uma questão de honra garantir uma gestão técnica e científica, totalmente oposta à abordagem de Jair Bolsonaro (PL) na área da saúde. Durante a pandemia, o ex-presidente ficou conhecido por suas posições negacionistas e sua oposição à vacinação da população.
Por outro lado, os ministérios sediados no Palácio do Planalto, como a Casa Civil, Secretaria-Geral e Gabinete de Segurança Institucional (GSI), estão totalmente preenchidos. O mesmo acontece com os ministérios da Cultura, Esporte, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.