O conflito entre Israel e o grupo Hamas entrou no seu segundo dia, com um trágico saldo de mais de 900 vidas perdidas, de acordo com autoridades. A violência escalou após Israel sofrer o seu pior ataque em meio século e retaliar com bombardeios na Faixa de Gaza. Neste domingo (8), novas explosões foram registradas, enquanto o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a retirada de milhares de residentes que vivem próximos ao território controlado pelo Hamas, um grupo extremista.
Os números de vítimas são devastadores: em Israel, pelo menos 600 pessoas perderam a vida, e mais de 2.000 ficaram feridas, conforme relatos da imprensa local. Na Faixa de Gaza, 313 pessoas, incluindo 20 crianças, perderam suas vidas, e outras 2.000 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Além disso, sete pessoas perderam a vida na Cisjordânia.
O conflito se intensificou quando aproximadamente mil combatentes do Hamas, o grupo que controla a Faixa de Gaza, se infiltraram por terra, mar e ar em territórios vizinhos no sábado (7). Essa ação sem precedentes foi acompanhada por milhares de mísseis lançados contra Israel. No domingo, após o anúncio de Netanyahu de uma guerra em andamento, o conflito se alastrou ainda mais, com militares israelenses relatando disparos de morteiros do Líbano contra o norte do país.
O grupo armado Hizbullah assumiu a responsabilidade pelos ataques e expressou solidariedade ao povo palestino. Os alvos incluíram três postos militares nas Fazendas Shebaa, uma região que Israel ocupa desde 1967, mas que o Líbano reivindica como sua.
Em resposta, as forças israelenses realizaram ataques de artilharia contra o Líbano e uma ofensiva com drones em um posto do Hizbullah próximo à fronteira, sem relatos de vítimas. O Hizbullah, também conhecido como “Partido de Deus” em árabe, surgiu em 1985 como um movimento de resistência a Israel, que na época ocupava o sul do Líbano.
Hashem Safieddine, um alto funcionário do Hizbullah, expressou apoio aos combatentes palestinos, declarando: “Nossa história, nossas armas e nossos mísseis estão com vocês. Tudo o que temos está com vocês”.
As operações militares israelenses continuam em oito áreas ao redor de Gaza, com a cidade sendo marcada por fumaça preta, flashes de cor laranja e faíscas no céu devido às explosões. Os drones israelenses eram audíveis para os moradores. Além disso, as forças israelenses estão em processo de retirada de residentes de 24 aldeias na zona da fronteira da Faixa de Gaza, indicando uma possível operação dentro do território palestino.
Após uma reunião com o gabinete de segurança de Israel, o governo anunciou que o objetivo da operação em Gaza é desabilitar as capacidades militares e de governo do Hamas e da Jihad Islâmica, a fim de impedir sua capacidade e vontade de ameaçar e atacar os cidadãos de Israel por muitos anos. A Jihad Islâmica busca a criação de um Estado palestino islâmico e a destruição de Israel por meio de uma guerra santa. Ambos o Hamas e o Hizbullah, assim como a Jihad Islâmica, recebem apoio em termos de armamento e inteligência do Irã, de acordo com autoridades de defesa israelenses.
“Estamos enfrentando uma guerra longa e difícil que nos foi imposta por um ataque assassino do Hamas”, afirmou Netanyahu em um comunicado, ao mesmo tempo em que o Exército de Israel anunciou a retirada de milhares de pessoas que vivem próximas à Faixa de Gaza.
O Papa Francisco também apelou pelo fim da violência, enfatizando que o terrorismo e a guerra não resolverão os problemas, mas apenas causarão mais sofrimento e morte a pessoas inocentes. Ele afirmou: “A guerra é uma derrota, apenas uma derrota. Rezemos pela paz em Israel e na Palestina”.
Este recente aumento na violência ocorre em meio a uma escalada de confrontos entre Israel e militantes palestinos na Cisjordânia, uma região ocupada por Israel, onde uma autoridade palestina exerce um governo limitado, enfrentando resistência do Hamas.