Hospital Martagão Gesteira alerta para risco de suspender cirurgias cardíacas após 12 anos sem reajuste

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O Hospital Martagão Gesteira, uma instituição filantrópica que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), informou nesta sexta-feira (29) que pode ser obrigado a suspender as cirurgias cardíacas realizadas na unidade. A razão seria a falta de reajuste nos contratos com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que estão congelados há 12 anos.

Por ser um hospital filantrópico totalmente integrado ao SUS, todos os serviços oferecidos dependem de contratos ou credenciamentos públicos. No caso das cirurgias de cardiopediatria, o contrato com a Sesab não sofre reajustes há mais de uma década, colocando em risco a continuidade dos atendimentos.

O hospital, porém, se mostra otimista. Com a previsão de um novo credenciamento a ser publicado na próxima semana, a expectativa é que os valores sejam atualizados e passem a cobrir os custos reais das cirurgias.

A instituição destacou que está buscando alternativas para evitar a interrupção dos serviços e reforçou sua importância ao reunir diversas especialidades em um só local, evitando fragmentar os atendimentos.

O Martagão também apresentou números que mostram sua relevância no atendimento pediátrico do SUS. Em 2023, o hospital realizou 68% das cirurgias oncológicas em crianças de até 14 anos na Bahia, além de responder por 43% dos tratamentos oncológicos, 42% das cirurgias cardíacas e 21% das neurológicas.

Posição da Sesab:

A Secretaria de Saúde do Estado reconheceu o trabalho de excelência do Martagão Gesteira e afirmou estar em constante diálogo com a instituição para entender suas dificuldades.

Segundo a Sesab, o Governo do Estado também conta com outras unidades de referência em pediatria de média e alta complexidade, como o Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana, e o Hospital Ana Nery, em Salvador.

A Secretaria informou ainda que, apenas em 2023, repassou mais de R$ 74,4 milhões ao Martagão para cobrir despesas como transplantes, cirurgias eletivas, leitos de retaguarda e UTIs. Além disso, neste ano, reajustou em 25% os valores das diárias de UTI pediátrica e neonatal.

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