Carla Zambelli, deputada federal pelo PL-SP, foi oficialmente indiciada pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura a invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro de 2023. Ela compartilhou em suas redes sociais que não tem receio de ser presa, enfatizando seu temor apenas a Deus.
O indiciamento também envolve o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como Hacker de Araraquara ou Hacker da Vaza Jato. Esse apelido faz referência às reportagens que expuseram mensagens trocadas entre membros da força-tarefa Lava Jato, do Ministério Público, e o então juiz federal e hoje senador Sergio Moro.
A PF investiga a divulgação ilegal de informações obtidas dos celulares de Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato, Moro e outros, evidenciando supostas práticas seletivas de vazamentos no Poder Judiciário. No caso da invasão do site do CNJ, o indiciamento aponta para a participação de Delgatti e Zambelli.
Além do site do CNJ, a PF está apurando invasões em sistemas de tribunais regionais de Justiça, inclusão de falsos alvarás de soltura e um mandado de prisão fraudulento, cujo alvo seria o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, reitera a negação de qualquer envolvimento da deputada na invasão. Ele classifica como “arbitrária” a conclusão dos investigadores e destaca que Zambelli não fez solicitações para invasões ou atividades ilícitas. A defesa alega que a interpretação da autoridade policial sobre a deputada ter recebido documentos não implica em colaboração ou adesão, pois não houve repasses de valores e nenhum encaminhamento a terceiros.
Carla Zambelli, em uma postagem recente, alega que as investigações da PF indicam que ela não pagou nem pediu nada a Delgatti. Ela afirma ter baixado o documento com o pedido de prisão de Alexandre de Moraes quando o hacker o incluiu, justificando que muitos fizeram o mesmo ao tomar conhecimento do ocorrido.