Num inusitado episódio político, as luminárias do Senado viram-se boquiabertas diante do voto do líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), a favor da PEC que, qual alquimia legislativa, busca limitar as decisões monocráticas dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O impacto da decisão reverberou tão intensamente que até mesmo os colegas de partido de Wagner foram tomados por um estado de perplexidade, levando alguns a se perguntarem se haviam ingressado em um universo paralelo.
O mal estar não poupou nem a bancada do PT, que se viu dividida diante da escolha surpreendente de seu líder. A oposição, por sua vez, em um gesto que poderia ser interpretado como caridoso, sugeriu que o voto de Wagner foi guiado por uma “convicção” tão rara quanto um unicórnio.
No entanto, mesmo em meio a esse mosaico de reações, há quem veja a votação como um presente dos céus para o Senado, onde, evidentemente, tudo está sempre às mil maravilhas.