Lula defende flexibilização da meta de inflação no Brasil para impulsionar o crescimento econômico

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Lula defende flexibilização das metas de inflação e critica taxa de juros

Em uma entrevista concedida hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua opinião de que o Brasil não precisa adotar um sistema de metas de inflação tão rígido como o atualmente vigente. Lula argumentou que as metas de inflação deveriam ser ajustadas de acordo com a realidade econômica e as aspirações da sociedade. Suas declarações surgiram em meio às discussões que ocorreram no Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre o alongamento das metas de inflação.

Lula afirmou que a política monetária do país deve ser flexível e sensível às condições econômicas, permitindo ajustes graduais nas metas de inflação. Ele citou o modelo de meta contínua adotado por vários países desenvolvidos como uma alternativa que o Brasil poderia considerar. Esse modelo permite um horizonte mais amplo para o alcance das metas, que podem ser estabelecidas por períodos superiores a um ano, como 18 ou 24 meses.

Atualmente, o Banco Central persegue uma meta de inflação anual com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Para este ano, a meta está fixada em 3,25%, enquanto para 2024 e 2025, a meta é de 3%, todas com a mesma margem de tolerância. O CMN, composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reúne regularmente para tomar decisões em relação à política monetária do país.

Lula também criticou a manutenção da taxa básica de juros, conhecida como Selic, em 13,75%. Ele destacou que a inflação está controlada e questionou a necessidade de uma taxa de juros tão elevada. O aumento da Selic encarece o crédito, desacelerando a economia, enquanto sua redução tende a estimular a produção e o consumo.

O ex-presidente pediu que o Senado intervenha nessa questão, uma vez que aprovou a autonomia do Banco Central e a nomeação de Campos Neto para a presidência do órgão. Lula afirmou que o Banco Central precisa cumprir não apenas seu papel de cuidar da inflação, mas também de promover o crescimento econômico e a geração de empregos.

Além disso, durante a entrevista, Lula anunciou que o novo programa de infraestrutura do governo destinará R$ 5,7 bilhões para o estado do Rio Grande do Sul em estradas e pontes. Ele ressaltou a importância de ouvir os governadores e prefeitos para identificar as obras prioritárias em cada região do país.

Nos próximos dez dias, o governo pretende anunciar o plano de investimentos para todo o país, que deve alcançar um total de R$ 23 bilhões na área de transportes. Lula enfatizou que é fundamental uma cooperação estreita entre o presidente da República e os governos estaduais para garantir que as obras sejam direcionadas às necessidades locais.

Com suas declarações, Lula busca fomentar o debate sobre sobre a política monetária e as metas de inflação no Brasil, ao mesmo tempo em que critica a taxa de juros atualmente praticada. Resta agora acompanhar as reações e discussões resultantes dessas declarações, tanto entre os especialistas econômicos quanto no cenário político do país.

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