De janeiro a junho de 2024, o Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa), da Guarda Civil Municipal (GCM), recolheu 1.083 animais em várias regiões de Salvador e da região metropolitana. Esse número é cerca de 15% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior.
Dos animais resgatados, 763 são invertebrados, 96 são serpentes, 82 são mamíferos, 72 são répteis (como lagartos, iguanas, crocodilos e tartarugas), 65 são aves e cinco são animais marinhos. Entre esses, 937 eram adultos saudáveis, 92 eram filhotes e 54 estavam debilitados. Os animais mais frequentemente resgatados incluem sariguês (gambás), jibóias, jabutis, caramujos, saguis e gaviões.
Os bairros com mais registros de resgates até agora são Barra/Pituba (82 ações), Itapuã/Ipitanga (43), Centro/Brotas (23), Pau da Lima (19), Liberdade/São Caetano (18), Cabula/Tancredo Neves (17), Cidade Baixa (nove), Região Metropolitana e Subúrbio/Ilhas (oito cada), Cajazeiras (sete) e Vitória (três).
O coordenador do Gepa, Robson Pires, explica que, ao recolher um animal, o agente procura obter o máximo de informações sobre a apreensão, o local e a pessoa que solicitou o resgate ou fez a entrega voluntária. “Isso ajuda a traçar um padrão para esse tipo de ocorrência”, diz ele.
Segundo Pires, o aumento no resgate desses animais pode ser atribuído ao trabalho de conscientização da GCM de Salvador, que realiza cursos e palestras sobre proteção ambiental. Além da educação, o grupo também faz patrulhamento e fiscalização diários para prevenir crimes ambientais.
Para solicitar o resgate de animais, denunciar maus-tratos, invasão de terra, desmatamento e outras questões, a população pode contatar o Gepa pela Central de Operações da GCM, pelo telefone (71) 3202-5312.
Serviços e demandas
“O ambiente urbano sempre teve animais silvestres, mas por muito tempo foram negligenciados. Com a criação da unidade ambiental da GCM, a preocupação com esses animais aumentou e os serviços surgiram conforme a demanda diária”, acrescenta Pires.
Os procedimentos de resgate seguem protocolos do Ibama, Inema e GCM. Após a captura, os animais são levados para instituições como o Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia da Universidade Federal da Bahia (Noap/Ufba) ou um dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) vinculados ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Se for uma tartaruga marinha, o destino será o projeto Tamar. Para aves marinhas e mamíferos marinhos, os animais são encaminhados para o Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA).
Nesses centros, os animais são identificados, triados e, se necessário, recebem cuidados veterinários para reabilitação. Depois, são devolvidos à natureza.