Em um importante avanço na área de saúde pública, o Ministério da Saúde anunciou um investimento significativo de R$ 27 milhões na aquisição de um inovador teste duplo para a detecção de sífilis e HIV. Essa medida visa fortalecer a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças sexualmente transmissíveis, com foco especial em gestantes, profissionais do sexo e homens que têm relações com outros homens.
O teste rápido, desenvolvido por pesquisadores do Lais (Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde), em parceria com o Ministério da Saúde e com o apoio da Opas/OMS (Organização Pan-Americana de Saúde), é parte integrante do programa “Sífilis Não”, que tem como objetivo principal reduzir os casos de sífilis em gestantes e bebês. Este investimento possibilitará a aquisição de aproximadamente 4 milhões de testes rápidos, que serão distribuídos para os estados até o final de 2023.
Os novos casos de sífilis no pós-pandemia aumentaram em todas as faixas etárias, chegando a 213 mil casos em 2022, um aumento de 23% em relação ao ano anterior. A sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê, também teve um aumento preocupante. A disponibilidade de testes duplos para detecção de sífilis e HIV desempenhará um papel fundamental na redução de diagnósticos tardios, especialmente na prevenção da sífilis congênita.
Embora os exames para a detecção de sífilis e HIV façam parte da rotina de pré-natal, muitas gestantes relutam em procurar o diagnóstico devido ao medo de reações adversas por parte de seus parceiros. Portanto, a introdução desses testes duplos é um passo significativo para tornar os exames mais acessíveis e confidenciais, promovendo assim a prevenção de novos casos.
Os testes duplos, também conhecidos como “duos testes”, foram produzidos utilizando um ensaio imunocromatográfico de fase sólida, que permite a detecção simultânea de anticorpos específicos para HIV e Treponema pallidum, a bactéria causadora de sífilis. Esses testes são semelhantes aos usados nos testes de glicemia, fornecendo resultados em menos de dez minutos.
Apesar dos testes rápidos para HIV já estarem amplamente disponíveis no SUS, os testes rápidos para sífilis ainda têm um alcance menor do que o necessário, de acordo com o próprio governo. Além disso, o país enfrenta um aumento de outras infecções sexualmente transmissíveis, especialmente entre os mais jovens.
Para combater essas questões, o Brasil também está implementando novos protocolos de tratamento para pacientes vivendo com HIV/Aids, focando no público mais velho. Isso faz parte do compromisso do governo em eliminar ou controlar 14 doenças de alta incidência, incluindo o HIV e a sífilis, até 2030, especialmente em regiões mais vulneráveis socialmente.
O investimento do Ministério da Saúde nesses testes duplos representa um avanço significativo na proteção da saúde pública e na promoção de práticas de diagnóstico precoce e prevenção, contribuindo para a melhoria do bem-estar da população brasileira.