Prefeitura de Salvador e Projeto Baleia Jubarte promovem turismo de observação de baleias

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A Prefeitura de Salvador, em parceria com o Projeto Baleia Jubarte, está implementando uma série de ações para impulsionar o turismo de observação de baleias entre os meses de julho e outubro. Durante esse período, as baleias-fêmeas deixam a Antártica em busca de águas mais quentes e calmas para dar à luz, amamentar seus filhotes e realizar rituais de acasalamento. Algumas baleias já estão sendo avistadas ao longo da costa baiana, incluindo áreas como o Terminal da Feira de São Joaquim e a praia do Porto da Barra.

O Projeto Baleia Jubarte, em parceria com a Prefeitura por meio das Secretarias Municipais de Cultura e Turismo (Secult) e de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), está planejando diversas atividades para a capital baiana nesta temporada. No dia 17 deste mês, será estabelecido um ponto fixo de observação de cetáceos no Museu Náutico da Bahia, no Farol da Barra.

As equipes do Projeto Baleia Jubarte permanecerão no Farol da Barra até o dia 15 de outubro, realizando a observação das baleias do alto da torre e permitindo que os visitantes participem da busca ativa com binóculos fornecidos pela equipe, em uma experiência conhecida como ciência cidadã. O local também sediará palestras, oficinas, atendimentos especiais para instituições de ensino e pesquisa, e a exposição fotográfica “Baleias Urbanas Soteropolitanas”, que retrata a relação entre Salvador e as baleias.

No ano passado, o ponto fixo de observação no Farol da Barra permitiu 577 avistamentos de baleias. Além disso, o Projeto Baleia Jubarte registrou 44 mil visitas à exposição “Baleias Urbanas Soteropolitanas” e mais de 5 mil participações em palestras, ciência cidadã e atendimentos a grupos.

Além do ponto fixo de observação, duas operadoras de turismo credenciadas, parceiras do Projeto Baleia Jubarte, irão conduzir o turismo de observação de baleias na capital: a Shark Dive Centro de Mergulho e a Luck Receptivo Salvador. Essas operadoras seguem a legislação vigente para a atividade e suas equipes são treinadas pelo projeto. Durante as saídas de observação, a equipe do projeto estará presente, oferecendo uma breve palestra sobre as baleias, esclarecendo dúvidas dos visitantes e coletando dados científicos.

“O objetivo do Projeto Baleia Jubarte e da Prefeitura é promover o turismo de observação de baleias. A Prefeitura de Salvador está apoiando esse esforço. Não temos ganhos financeiros com esse tipo de turismo, mas entendemos que essa é uma forma sustentável de preservar as baleias. Esse turismo gera economia para a cidade e, ao mesmo tempo, ajuda a manter esses animais vivos, evit

ando que sejam caçados”, afirma Gustavo Rodamilans, coordenador do Projeto Baleia Jubarte e doutor em Ciência Animal pela UFBA.

Normas – A Portaria do Ibama Nº 117/96 estabelece regras de prevenção para os cetáceos encontrados em áreas brasileiras. Entre as normas, é necessário manter uma distância mínima de 100 metros das baleias e desligar o motor da embarcação. Para algumas espécies, é exigido que o motor seja desligado ou colocado em ponto morto. Além disso, é proibido mergulhar ou nadar, com ou sem equipamentos, a uma distância inferior a 50 metros de qualquer espécie de baleia.

Essas proibições estão descritas no Manual de Boas Práticas de Observação de Baleias, disponível no site do Projeto Baleia Jubarte. O material também será impresso por meio de uma parceria entre o projeto e a Prefeitura de Salvador, e será distribuído em locais náuticos, incluindo marinas, portos e guarderias de canoas havaianas.

Curiosidades – De acordo com Gustavo, estima-se que a população de baleias na costa brasileira seja de 30 mil indivíduos. Os filhotes de baleia são totalmente dependentes de suas mães e consomem cerca de 80 a 100 litros de leite por dia. Eles já nascem medindo quatro metros de comprimento e pesando uma tonelada. Além disso, Gustavo destaca que as baleias-mães têm uma forte relação de cuidado com seus filhotes. Nos primeiros seis meses de vida, os filhotes são constantemente acompanhados pelas mães e se alimentam exclusivamente de leite. Somente após esse período é que começam a se alimentar de peixes pequenos.

Gustavo também ressalta que, em caso de encalhe na região que vai de Ilhéus até a divisa com Sergipe, a população deve entrar em contato com o projeto pelo número de telefone (71) 996572056. Levando em consideração a população de 30 mil baleias, o número de encalhes anuais é baixo. No ano passado, foram registrados 108 encalhes ao longo de todo o ano.

“A orientação é que as pessoas não toquem nos animais, pois às vezes eles ainda estão vivos. Algumas pessoas tentam ajudar colocando o animal na água, mas isso é uma tarefa impossível para uma pessoa, já que um filhote de baleia pesa uma tonelada. Isso representa um risco, pois o animal pode se debater ou colidir com a pessoa, causando fraturas. Já houve casos de morte em que o animal rolou em cima da pessoa. Quando recebemos o contato, oferecemos assistência imediata. Conhecemos os animais e sabemos como proceder”, alerta Gustavo.

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