Fotos: Valter Pontes/ Secom
A Prefeitura de Salvador anunciou uma parceria estratégica com a Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (Amafro) visando à finalização e ampliação do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), com o objetivo de torná-lo um dos maiores centros de referência da cultura afro-diaspórica na América. O investimento previsto para essa iniciativa é de R$ 15 milhões.
A assinatura do termo de parceria ocorreu no Palácio Thomé de Souza e contou com a presença do prefeito Bruno Reis, do secretário municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, da diretora do Muncab, Cintia Maria, e da gestora administrativa do museu, Jamile Coelho.
O Muncab ocupa dois prédios no Centro Histórico de Salvador, onde anteriormente funcionavam o antigo Tesouro do Estado da Bahia e o serviço de assistência pública da cidade.
“Planejamos atualizar o orçamento da prefeitura e, em seguida, celebrar um convênio que nos permitirá concluir a primeira etapa das obras, que já está cerca de 80% finalizada, além de iniciar a segunda etapa de restauração e reforma”, explicou o prefeito Bruno Reis. “Dessa forma, Salvador terá um museu que retrata a história afro, um museu que celebra a negritude e resgata nossa história, potencializando a influência da cultura africana na formação do nosso povo. Estamos trabalhando para que Salvador tenha um dos melhores museus de cultura afro do mundo”, acrescentou o chefe do Executivo municipal.
A diretora do Muncab celebrou a parceria firmada com a prefeitura e enfatizou que a restauração do museu também representa um importante atrativo turístico para a capital baiana. “Ao pensar nesse espaço cultural, dinâmico e conectado com o que há de mais moderno na cultura afro-diaspórica, com uma abordagem contemporânea, estamos contribuindo significativamente para a cidade”, ressaltou Cintia.
Para o secretário de Cultura, essa parceria representa o início da concretização de um sonho, uma vez que o projeto do museu já tem cerca de 20 anos. “Temos aqui um espaço que possui uma história e um sonho que ainda não foram realizados por várias razões. A prefeitura está totalmente empenhada em contribuir para que Cintia, Jamile e a comunidade negra transformem esse espaço em um ponto de referência da cultura negra no Brasil e no mundo”, afirmou Tourinho.
Segundo o secretário da Secult, ainda este ano parte da obra será entregue com um novo acervo. “Como a capital afro, Salvador deve abrigar o melhor museu afro do Brasil. Será um museu que reunirá não apenas artistas tradicionais, mas também jovens artistas negros brasileiros e estrangeiros”, afirmou.
Jamile Coelho, gestora administrativa do museu, destacou que
o espaço representa uma recuperação “da memória que, infelizmente, para muitos de nós, foi roubada”. “É de fundamental importância para Salvador, a cidade mais negra fora do continente africano, firmarmos essa parceria para disponibilizar ao público um espaço de memória, difusão e produção da cultura afro-brasileira”, ressaltou Jamile.
Cintia Maria e Jamile Coelho assumiram a gestão do Muncab no ano passado, e o fundador do museu, José Carlos Capinam, compositor e poeta da Tropicália, atualmente ocupa o cargo de presidente de honra da Amafro.