O deputado Arthur Maia, presidente da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) responsável por investigar os acontecimentos de oito de janeiro, expressou suas críticas ao ministro Kássio Nunes Marques nesta terça-feira (12). Isso ocorreu após o ministro conceder um habeas corpus à delegada Marília Ferreira de Alencar, o que resultou na dispensa de seu depoimento.
“Se essa tendência se estabelecer, a CPI corre o risco de perder sua eficácia. Ou melhor, o próprio instrumento da CPI estaria em perigo, o que é ainda mais grave. Estamos diante de uma decisão isolada de um ministro que permite a ausência de alguém convocado para depor. A ausência de Marília é particularmente preocupante, dado seu envolvimento direto nos eventos de oito de janeiro”, declarou Maia.
Arthur Maia solicitou a revisão dessa decisão, que ele considera arbitrária, e também expressou preocupações sobre a crescente interferência do Poder Judiciário nos outros Poderes. “Isso transforma o Supremo Tribunal Federal em algo quase que aleatório. A pessoa convocada se torna uma espécie de apostador. Se tiver a sorte de ter seu mandado de segurança analisado por um ministro que autorize sua ausência na CPI, terá tido muita sorte”, acrescentou.
