No dia 2 de julho, a Bahia relembra sua valente história de rebelião e independência, marcando o início da libertação do Brasil do domínio português. Em Cachoeira, cidade emblemática desse movimento, a determinação e a vontade de ser livre ecoaram pelos quatro cantos do país.
A presença de políticos tradicionais, incluindo o presidente da República, nesse evento histórico, trouxe um toque de indignação tanto à população quanto aos próprios políticos. O cercado em torno da comitiva das autoridades, limitando a circulação do povo, fere o espírito democrático, pois nessa festa os políticos são convidados do povo, não o contrário.
A festa em que o povo estava nas ruas, celebrando a libertação de uma opressão passada, foi manchada pelo excesso de segurança em torno das autoridades. A presença massiva de forças policiais e militares, antes nunca vista, gerou um clima de cerceamento e opressão injustificáveis.
Políticos como Moama Gramacho, Alice Portugal e outros foram impedidos de acessar a comitiva presidencial, enquanto o povo enfrentou restrições semelhantes. Distribuição de pulseiras e seleção de pessoas para ficarem próximas aos representantes políticos evidenciam uma distorção dos verdadeiros valores democráticos.
É fundamental que os políticos compreendam seu papel como representantes do povo, agindo em consonância com os interesses da população. A festa do 2 de julho é um momento de celebração da história e da liberdade conquistada com bravura e sacrifício, e deve ser um espaço de união e participação igualitária de todos os cidadãos.
Que as próximas celebrações do 2 de julho na Bahia sejam marcadas pela inclusão, pela participação ativa e livre da população, e pelo respeito à verdadeira essência democrática desse evento histórico. A independência conquistada há séculos pertence a todos, e a festa deve refletir essa igualdade e liberdade que tanto valorizamos como sociedade.
