O número de pessoas enfrentando transtornos de ansiedade ultrapassou a marca de 58 milhões em todo o mundo, conforme dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Esse distúrbio tem se destacado como um dos mais frequentemente relatados e diagnosticados, conforme especialistas consultados pelo Bahia Notícias.
Apesar de sua conexão com a preocupação antecipada em relação ao futuro, que gera tensão, a ansiedade é definida por psicólogos e psiquiatras como um transtorno que prejudica o funcionamento das atividades diárias e o bem-estar das pessoas.
De acordo com Ana Paula Carregosa, psicóloga e conselheira do XVII Plenário do Conselho Regional de Psicologia da Bahia, existem diversos tipos de ansiedade, cada um com diferentes impactos na saúde mental e, por vezes, física dos indivíduos.
“Quando sofremos de ansiedade, temos dificuldade em nos concentrar na tarefa atual, pois nossos pensamentos estão focados no que poderá acontecer no futuro. Isso pode gerar medo, angústia, agitação mental e física. Esses pensamentos acelerados levam à hiperatividade. A preocupação excessiva pode até nos levar ao isolamento, por exemplo, devido ao medo desproporcional e disfuncional do julgamento alheio. Isso pode resultar em evitar situações, como continuar a trabalhar em um determinado local”, explica Carregosa.
Além disso, o transtorno de ansiedade pode ser uma consequência de outros transtornos mentais, como a depressão, e, ao mesmo tempo, a ansiedade pode desencadear a depressão, tornando-se uma das causas do suicídio. Além dos impactos na saúde mental, podem ocorrer efeitos físicos adversos.
“A ansiedade envolve respostas cognitivas, emocionais e fisiológicas. Pode causar insônia severa, tensão muscular, aumento ou diminuição do apetite, náusea, diarreia, boca seca, respiração rápida e falta de ar, tremores, sudorese, calafrios, taquicardia e dores no peito”, explica o psiquiatra Antônio Pedreira.
SINTOMAS E TIPOS
Os especialistas também destacam alguns sinais psicológicos e físicos que podem indicar um transtorno de ansiedade, como medos extremos, preocupações constantes e episódios de choro.
“Podemos observar inquietação, sensação de nervosismo, dificuldade de concentração, distúrbios do sono, entre outros. Sintomas físicos incluem batimentos cardíacos acelerados, falta de ar, sudorese, entre outros”, aponta Ana Paula.
Além disso, existem vários tipos de transtornos de ansiedade, conforme explica a psicóloga:
“Dentro da ampla categoria de transtornos de ansiedade, encontramos tipos como transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade de separação, mutismo seletivo, fobias específicas, transtorno de ansiedade social, transtorno de pânico, agorafobia e outros.”
Embora seja considerada uma epidemia pelos especialistas, a ansiedade não tem cura definitiva, mas existem tratamentos que ajudam a controlar as crises, como terapia, atividade física regular e, em alguns casos específicos, medicamentos. O importante é procurar ajuda profissional para lidar com esse desafio de saúde mental.
